Carolina Stanisci - Estadão.edu
A Fundação Getulio Vargas (FGV) criou, em sua pós-graduação, bolsas voltadas para ampliar a diversidade. A ideia é contemplar tanto os pesquisadores que se debruçam sobre temas como raça e gênero como o próprio alvo dos estudos – mulheres, negros, jovens oriundos de famílias pobres ou que pertençam a grupos discriminados podem ser beneficiados.
A bolsa, de R$ 1,4 mil mensais, é fruto de uma parceria com a Fundação Carlos Chagas e será direcionada para quem cursar o mestrado em período integral de Direito e Desenvolvimento.
Segundo o coordenador do mestrado, Oscar Vilhena Vieira, as bolsas foram resultado de um diagnóstico feito dois anos depois da criação do curso. Poucos alunos conseguiam cursar dois anos do mestrado integral, sem receber nada por isso e tendo de pagar R$ 2,6 mil por mês.
“Já tínhamos criado a bolsa Mario Henrique Simonsen, que os isentava de pagar a mensalidade. Mas sentimos que ainda sim era difícil para os alunos. Eles tinham de sobreviver”, disse Vilhena. “É a possibilidade de gente com capacidade realizar pesquisas.”
Serão poucas bolsas, apenas cinco. Mas que podem ajudar pesquisadores a dar visibilidade a temas raros de aparecer no mundo jurídico, como as questões de gênero. A advogada Renata Belmonte, de 28 anos, não terá direito à bolsa, pois já começou sua pesquisa ano passado na FGV. Seu perfil, porém, seria ideal para recebê-la: é mulher e pesquisa a vida de mulheres que recebem o bolsa-família.
Renata partiu de um artigo na lei que instituiu o pagamento do benefício do governo preferencialmente a mulheres. A advogada questiona se elas realmente são beneficiadas, ou se param de buscar outras alternativas para ter renda. “Queria ver como o Estado olha para essa questão e se a bolsa terá uma repercussão positiva em suas vidas”, disse.
Pesquisa. Para o orientador da dissertação de Renata, o professor Dimitri Dimoulis, temas como esses – teorias feministas no direito – não são pesquisados a contento no País. “Estudos sobre categorias menos visíveis são difíceis. Por exemplo, os bolivianos que trabalham em São Paulo. É um tema sério, se você for pesquisar. Mas ninguém escreve sobre isso no direito.”
Quem decidirá a lista dos contemplados pela bolsa será uma banca composta por membros da Fundação Carlos Chagas. “Mas os estudantes têm de passar nas provas, apresentar projetos e etc”, alerta Vilhena.
A bolsa será concedida, entretanto, apenas aos que, além de serem aprovados no processo seletivo, consigam a bolsa Mario Henrique Simonsen. O candidato deve optar por concorrer aos dois benefícios no momento da inscrição. As inscrições começaram na última quarta-feira e vão até o dia 15 de outubro. As regras para o processo seletivo estão no site da instituição (www.fgv.br/vestibulares).
A Fundação Getulio Vargas (FGV) criou, em sua pós-graduação, bolsas voltadas para ampliar a diversidade. A ideia é contemplar tanto os pesquisadores que se debruçam sobre temas como raça e gênero como o próprio alvo dos estudos – mulheres, negros, jovens oriundos de famílias pobres ou que pertençam a grupos discriminados podem ser beneficiados.
A bolsa, de R$ 1,4 mil mensais, é fruto de uma parceria com a Fundação Carlos Chagas e será direcionada para quem cursar o mestrado em período integral de Direito e Desenvolvimento.
Segundo o coordenador do mestrado, Oscar Vilhena Vieira, as bolsas foram resultado de um diagnóstico feito dois anos depois da criação do curso. Poucos alunos conseguiam cursar dois anos do mestrado integral, sem receber nada por isso e tendo de pagar R$ 2,6 mil por mês.
“Já tínhamos criado a bolsa Mario Henrique Simonsen, que os isentava de pagar a mensalidade. Mas sentimos que ainda sim era difícil para os alunos. Eles tinham de sobreviver”, disse Vilhena. “É a possibilidade de gente com capacidade realizar pesquisas.”
Serão poucas bolsas, apenas cinco. Mas que podem ajudar pesquisadores a dar visibilidade a temas raros de aparecer no mundo jurídico, como as questões de gênero. A advogada Renata Belmonte, de 28 anos, não terá direito à bolsa, pois já começou sua pesquisa ano passado na FGV. Seu perfil, porém, seria ideal para recebê-la: é mulher e pesquisa a vida de mulheres que recebem o bolsa-família.
Renata partiu de um artigo na lei que instituiu o pagamento do benefício do governo preferencialmente a mulheres. A advogada questiona se elas realmente são beneficiadas, ou se param de buscar outras alternativas para ter renda. “Queria ver como o Estado olha para essa questão e se a bolsa terá uma repercussão positiva em suas vidas”, disse.
Pesquisa. Para o orientador da dissertação de Renata, o professor Dimitri Dimoulis, temas como esses – teorias feministas no direito – não são pesquisados a contento no País. “Estudos sobre categorias menos visíveis são difíceis. Por exemplo, os bolivianos que trabalham em São Paulo. É um tema sério, se você for pesquisar. Mas ninguém escreve sobre isso no direito.”
Quem decidirá a lista dos contemplados pela bolsa será uma banca composta por membros da Fundação Carlos Chagas. “Mas os estudantes têm de passar nas provas, apresentar projetos e etc”, alerta Vilhena.
A bolsa será concedida, entretanto, apenas aos que, além de serem aprovados no processo seletivo, consigam a bolsa Mario Henrique Simonsen. O candidato deve optar por concorrer aos dois benefícios no momento da inscrição. As inscrições começaram na última quarta-feira e vão até o dia 15 de outubro. As regras para o processo seletivo estão no site da instituição (www.fgv.br/vestibulares).
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